Terceirização: Como funciona?
A terceirização do trabalho é algo que é bastante discutido no ambiente empresarial nos últimos anos. Isso ocorre porque, se por um lado ela facilita a eficiência e flexibilidade de alguns postos de trabalho, por outro ela enfraquece os direitos trabalhistas.
Mas, entre lados opostos, a terceirização faz parte da gestão de uma empresa, e o custo pelo trabalho não deve ser o único ponto a ser considerado antes de tomar a decisão. Entenda o que é e como funciona a terceirização do trabalho.
A terceirização do trabalho
A terceirização consiste no processo de contratar outra empresa para realizar serviços no próprio empreendimento. Assim, ao invés de realizar o contrato direto de funcionários, a empresa terceira será a responsável por eles.
Essa relação também recebe o nome de B2B, sendo empresas oferecendo serviços para outras empresas, ou o business to business. Nesse sentido, quem se torna responsável pelo respeito às leis trabalhistas estabelecidas na CLT.
A terceirização pode ser feita ainda com trabalhadores autônomos e microempreendedores individuais, nesse caso as relações trabalhistas não são seguidas pela CLT, mas por outros parâmetros de trabalho.
Objetivos da terceirização
O principal objetivo da terceirização é a redução de custos de uma empresa. Afinal, dessa forma ela não precisa arcar com custos trabalhistas como as férias, FGTS e 13º salário. Além disso, cargos terceirizados nem sempre têm os mesmos direitos que funcionários diretos da empresa, como premiações e outros benefícios.
Outro objetivo da terceirização pode ser estabelecido na especialização de mão de obra em curto tempo. Dessa forma, ao invés de contratar funcionários e os profissionalizar, o empresário pode encontrar uma empresa que já oferece o serviço especializado.
Desse modo, a terceirização, além de oferecer redução de custos no capital da empresa, ela ainda proporciona flexibilidade e eficiência no exercício de algumas funções dentro da própria empresa.
O surgimento da terceirização
A terceirização trabalhista não é algo novo, sua prática já era comum em outros tempos, com um modelo semelhante ao que encontramos atualmente no mercado de trabalho. Aplicando a lógica de designar as funções a outras empresas.
A forma estruturada de terceirização começou a ser utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, quando as indústrias precisavam produzir armamentos e suprimentos em grandes quantidades para enviar ao conflito.
Os setores mais comuns de terceirização, ainda hoje, são as áreas periféricas. Como limpeza, guarda, manutenção e setores que precisam ser trabalhados de maneira sazonal, com foco em momentos específicos do comércio.
Já no Brasil, o modelo de negócio ganhou espaço com a chegada de grandes empresas no país, como as multinacionais. Elas trouxeram para o território nacional um sistema de gestão que já estava consolidado no cenário internacional, como a terceirização.
Vantagens e desvantagens da terceirização
Entre as vantagens da terceirização, podemos destacar:
- Flexibilidade;
- Foco na atividade principal da empresa;
- Organização enxuta;
- Maior agilidade na tomada de decisões;
Vale ressaltar que é interessante para uma empresa que apenas os cargos periféricos sejam terceirizados. Ou seja, aqueles que não têm relação direta com o controle e gestão de toda a empresa, os cargos de confiança.
Já no que tange os pontos negativos, é importante destacar que a prática afasta o profissional dos valores e da cultura da empresa, fazendo com que ele se sinta à parte e não crie laços com a identidade e o propósito do local em que trabalha.
Além disso, pode ocorrer queda na qualidade do serviço oferecido. Uma vez que o funcionário em questão não se sinta diretamente ligado ao time que trabalha, não se dedicando como o restante da equipe.
Já para o trabalhador, a maior desvantagem é a perda de benefícios e o menor salário que por vezes é pago pela empresa, uma vez que ela também necessita de lucros ao ser contratada para oferecer o serviço.
A terceirização e a CLT
De maneira geral, a terceirização não afeta a CLT. Uma vez que o terceiro que emprega o trabalhador ainda necessita manter os direitos trabalhistas. A terceirização afeta apenas no que tange questões salariais diretas para os funcionários terceirizados.
A discussão pode ser confundida com a pejotização do trabalho. A prática consiste em contratar funcionários enquanto pessoas jurídicas (PJ) para realizar funções de pessoas físicas. Nesse ponto, o trabalhador perde seus direitos enquanto a empresa não paga pelos direitos trabalhistas.
Portanto, a terceirização é uma prática comum e legal, embora ainda seja questionada no que tange a identidade de uma empresa e os benefícios que um trabalhador pode receber ao oferecer seus serviços para as empresas.