Taxa Selic: Como o índice afeta pessoas de baixa renda?
Um dos principais fatores que influenciam as variações do mercado econômico brasileiro é a conhecida taxa selic.
Frequentemente as mudanças que ocorrem no mercado financeiro viram pauta nos principais meios de comunicação. Isso se dá devido ao impacto que as reações, causadas por essas mudanças, possui na vida de toda a sociedade.
Poupar recursos pensando em momentos de dificuldades é uma técnica de sobrevivência antiga do ser humano. Durante a antiguidade os primeiros homens já guardavam suas caças para ainda terem recursos no inverno.
Na atualidade, essa forma de guardar está intimamente ligada às formas em que são reservadas quantias em dinheiro, para um resgate futuro.
É para essas necessidades que surgem os diferentes tipos de investimentos. Para muitas pessoas investir é comprar elementos que possam ser essenciais para sua vida, destinando uma quantia considerável de sua realidade para isso.
Quando alguma empresa investe em algo útil para ela, como uma varredeira industrial, por exemplo, ela está colocando nesse objeto um valor como investimento, sabendo que terá, de algum modo, um retorno.
A grande questão dos investimentos é o perfil de quem os realiza. Pessoas com mais recursos optam por investimentos mais ativos que mudam frequentemente com as variações do mercado.
Já pessoas com menores valores disponíveis, buscam segurança para os seus recursos, desse modo optam por investimentos menos variáveis.
Mas, em muitos casos, a variação das taxas do mercado, como o índice Selic, tendem a ser mais vantajosas para as pessoas com maiores recursos.
Entenda neste artigo como a Taxa Selic afeta a realidade de pessoas de baixa renda.
O que é a Taxa Selic?
O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, também conhecido pela sigla Selic, é a taxa básica de juros que rege a economia brasileira.
Todas as demais taxas que envolvem rendimentos, juros de empréstimos ou até de financiamentos, são regidas pelas variações dessa taxa específica.
Os responsáveis pela definição dos valores destas taxas é o Copom, sigla para Comitê de Política Monetária do Banco Central. As reuniões desse comitê, a cada 45 dias, definem se os preços da Selic sobem, reduzem ou irão se manter como estão.
Estas variações afetam todos os setores, desde alimentos até a indústria. Os preços de uma locação de andaimes, por exemplo, mesmo sendo um nicho bem específico, podem se alterar, pois os patamares de custos e preços são alterados.
A influência da taxa na inflação também determina o aumento ou redução dos preços de necessidades básicas, como dos itens da cesta básica.
Como funciona a Taxa Selic?
Inicialmente as mudanças que serão decididas no conselho do Copom se baseiam no momento em que a economia brasileira está vivenciando.
Se o momento é de recessão, com baixo incentivo para o consumo, a taxa tende a cair, pois assim haverá um incentivo ao consumo e aceleração da economia, mas em detrimento dessa aceleração a inflação tende a subir.
Quando o cenário é oposto, com a economia aquecida, a taxa Selic irá subir, pois assim os incentivos destinados ao consumo irão reduzir e assim a inflação terá uma redução direta.
Muitas empresas que dependem de bens de produção, como fabricantes de motor para portão de correr, por exemplo, podem adaptar seus preços finais de acordo com a inflação, sendo então influenciado pelas variações da Selic.
Essa relação entre Selic e inflação não é um fenômeno recente, afinal o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, de 1979, foi criado justamente como uma forma de controle aos reajustes de preços abusivos no país.
O cenário econômico é levado em conta, mas as definições das variações da taxa não são tiradas do nada.
Em cada encontro do Copom, que conta também com integrantes do Banco Central, são apresentados estudos contundentes do momento atual e projeções realistas para o próximo período.
Desse modo, todas as decisões tomadas são assertivas e visam melhorar o máximo possível o índice da inflação, mantendo-a sob controle.
Impacto da Taxa Selic nos Investimentos
Os investimentos mais comuns, realizados no Brasil, tem a taxa de juros básica como seu norte para definição dos juros.
As variações da taxa definem qual o melhor momento para iniciar um investimento. Quando uma empresa do ramo de levantamento planialtimétrico preço, por exemplo, resolve abrir algum título de investimento ela precisa notar se a Selic está em alta ou em queda.
Cada tipo de investimento pode ser afetado de uma forma. Seguem alguns dos mais comuns:
- Renda fixa;
- Ações;
- Poupança;
- Linhas de crédito.
Conheça abaixo o que são cada um desses investimentos e como são impactados pela taxa Selic.
Investimento em Renda Fixa
Esse tipo de investimento é ideal para quem procura segurança e ainda não possui uma reserva de emergência futura.
Um empreendedor que instala corrimão de vidro e ainda não possui uma estabilidade financeira completa, mas deseja iniciar um investimento, pode começar optando por essa modalidade, por exemplo.
Um dos principais benefícios dessa modalidade é justamente a sua previsibilidade de retorno, como o próprio nome já diz, trazendo uma renda fixa.
Alguns dos Investimentos mais comuns da Renda Fixa são:
- Debêntures;
- CRI/CRA;
- LCI e LCA;
- Tesouro direto;
- CDI;
- Poupança.
A maioria desses investimentos baseiam-se em alguma taxa fixa, mas no geral seguem o CDI, Certificado de Depósito Interbancário, que também baseia seus dados na taxa selic.
O melhor momento para investir em Renda Fixa é quando a taxa Selic estiver alta, dessa forma os retornos serão beneficiados.
Ações
Os investimentos em ações também são conhecidos como rendas variáveis. Diferente da renda fixa, ela não possui uma previsibilidade, e o retorno do investimento pode variar.
Digamos que alguém deseja investir um valor em ações de uma empresa de aquecedor a gás Rinnai. Esse investidor precisa ter uma certa maturidade com investimentos, pois as variações são constantes e podem não render o esperado.
Nos momentos em que as taxas Selic estão baixas, os investidores que possuem mais recursos investidos na Renda Fixa sentem-se incentivados a migrar para a Renda Variável, investindo em ações, por exemplo.
Isso se dá pelo baixo retorno da Renda Fixa com os juros baixos. Quanto mais pessoas passam a investir em ações elas valorizam-se, gerando ainda mais retorno.
Linhas de Crédito
Imagine um cenário onde um empreendedor deseja abrir uma empresa de conserto de máquina industrial, para isso solicitou um empréstimo no banco para a compra de seus materiais de trabalho.
Esse empréstimo é um exemplo de linha de crédito. As instituições financeiras destinam valores tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Elas podem ser empréstimos ou também financiamentos.
Quando a taxa Selic diminui, os empréstimos ficam mais vantajosos, pois os juros diminuem, em conjunto com o incentivo de crédito promovido pela economia.
Poupança e os prejuízos a população de Baixa Renda
A poupança é a forma de investimento mais comum para pessoas de baixa renda.
Quando um vendedor que acabou de iniciar seus trabalhos com revenda de fechadura elétrica para portão, precisa reservar valores para cobrir o investimento inicial, no geral, eles optam por guardar na poupança.
A questão que envolve essa forma de investimento é o baixíssimo nível de retorno, quando comparada com as outras formas citadas aqui, o que prejudica toda a população de baixa renda, que tem poucas opções de conhecimento financeiro e até recursos para investir.
Com a alta da taxa básica de juros, os maiores beneficiados são os investidores com maiores valores disponíveis, o que não representa nem 10% da população,segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
A relação da caderneta de poupança com o aumento da Selic acontece devido ao rendimento dela. Basicamente a poupança tem uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais correção da Taxa Referencial (TR).
Mas quando a Selic aumenta para um valor superior a 8,5% o rendimento da poupança passa a ser apenas 70% da taxa Selic mais TR.
Porém, com a Selic chegando nesse patamar, o rendimento não acompanha, fazendo com que quem investiu nessa opção tenha os valores investidos perdendo valor de compra, com o passar do tempo.
Essa queda no rendimento faz também com que os investidores desse método acabem perdendo para a inflação, afinal, a porcentagem de rendimento será menor que a taxa de inflação vigorando no momento.
A preocupação com a alta nas taxas-base, para essa população de baixa renda, é também as perdas nas gerações de emprego, podendo comprometer inclusive os postos de trabalho que já existem.
Controlar a inflação, aumentando as taxas-base, não pode ser a única saída para assistir os trabalhadores e população de baixa renda, afinal a maioria deles ainda nem mesmo possuem recursos para considerar-se investidores.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.